O Brasil acompanha, a partir desta segunda-feira (9), um momento crucial da história recente: o ex-presidente Jair Bolsonaro se apresenta ao Supremo Tribunal Federal (STF) para responder a acusações gravíssimas — entre elas, a de tentar dar um golpe de Estado para se manter no poder.
A semana será marcada por depoimentos dos oito acusados no caso, incluindo Bolsonaro. O primeiro a falar será Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, cujo acordo de delação foi decisivo para elucidar os bastidores do suposto plano golpista. Bolsonaro deve depor entre terça e quarta-feira.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu as eleições de 2022. A estratégia, porém, teria fracassado por falta de adesão dos militares. As penas podem chegar a 40 anos de prisão.
Bolsonaro, aos 70 anos, segue insistindo em sua inocência e diz ser vítima de perseguição política. Na última semana, afirmou que está “feliz em esclarecer os fatos” e prometeu colaborar com o STF: “Estarei lá com a verdade do nosso lado.”
A audiência pode colocar Bolsonaro frente a frente com Alexandre de Moraes, relator do processo e desafeto declarado do ex-presidente. O embate entre os dois será um dos pontos mais aguardados da semana.
Os interrogatórios serão realizados na sede do STF, palco também dos atos de vandalismo bolsonaristas de janeiro de 2023. Com transmissão ao vivo, o julgamento se transforma em um espetáculo judicial que pode selar de vez o futuro político de Bolsonaro — e deixar marcas profundas na história democrática do país.
Por Redação
